CATETERISMO CARDÍACO
PROCEDIMENTOS REALIZADOS POR CATETERISMO CARDÍACO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO:
RETIRADA PERCUTÂNEA DE CORPO ESTRANHO.
Os acessos venosos centrais (Duplo-Lumen, Porth-A-Cath, PICC, cateteres umbilicais, Intra-Cath) são comuns na prática médica pediátrica, principalmente em pacientes com terapias medicamentosas prolongadas. A fratura endovascular desses acessos são considerados raros e sua retirada deve ocorrer pelo risco de trombose e infecções. A retirada percutânea é o método de eleição e mostra-se seguro, inclusive em crianças de baixo peso e neonatos. O insucesso do método se relaciona principalmente da aderência do fragmento na estrutura vascular.
ATRIOSSEPTOSTOMIA ( PROCEDIMENTO DE RASHKIND )
Procedimento realizado sob sedação à beira do leito na UTI ou no laboratório de Hemodinâmica no qual através de uma veia é avançado um cateter balão até o Átrio Esquerdo através do Forame Oval onde é insuflado e tracionado para o interior do Átrio Direito com o objetivo de ampliar o orifício no Septo Atrial. Procedimento relativamente simples, feito sempre sob orientação do Ecocardiograma durante todo o exame e sem maiores complicações.
AVALIAÇÃO HEMODINÂMICA E PROVAS DE REATIVIDADE PULMONAR
Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) é definida por pressão média da Artéria Pulmonar maior que 25mmHg em repouso e maior que 30mmHg em esforço. HAP é caracterizada pela diminuição da produção endotelial dos vasodilatadores como o Óxido Nítrico e Prostaciclina, aumento da produção de vasoconstritor como a endotelina levando conseqüentemente à Hipertrofia da camada média da Artéria Pulmonar.
HAP pode ser primária ou secundária a Inúmeras doenças Cardíacas, principalmente as cardiopatias congênitas complicadas com HAP, Doenças Pulmonares, Reumatológicas entre outras como pacientes candidatos à Transplante, podem ter sua evolução prejudicada por Hipertensão Pulmonar e por isso devemos determinar à resposta da pressão e resistência Pulmonar para determinar o melhor tratamento e prognóstico das doenças. O teste de Reatividade Pulmonar é um procedimento Invasivo que é ser realizado no laboratório de Hemodinâmica por profissionais especializados e com experiência no procedimento. Pode ser realizado com diversas substâncias com capacidade Vasodilatadoras como, por exemplo, o Oxigênio a 100% e Óxido Nítrico. Em crianças o procedimento na grande maioria das vezes é realizado sob anestesia geral e em adultos somente com anestesia local. Como complicação no cateterismo, existe o Risco de ocorrer um aumento agudo da Resistência Vascular Pulmonar, podendo desencadear uma crise de Hipertensão Pulmonar.
VALVOPLASTIA PULMONAR COM CATETER BALÃO
Procedimento indicado pelo seu cardiologista infantil com a finalidade de dilatar a valva Pulmonar quando está apresenta um grau importante de estenose (estreitamento) causando diminuição do fluxo sanguíneo para os pulmões. O exame é realizado na grande maioria das vezes sob anestesia geral, permanecendo assim durante todo exame e ao final se não houverem maiores intercorrências encaminhado para observação permanecendo aproximadamente um período de 6 a 12hs dependendo da idade do paciente. O procedimento é iniciado com análise das pressões das Cavidades Cardíacas e Pulmonar com a ajuda de cateteres, sendo feito logo em seguida algumas injeções em diferentes projeções com contraste para definir algumas situações como tamanho do anel da valva pulmonar e “árvore pulmonar”. Definidos todos pontos é posicionado através do cateter, um fio guia para avanço do cateter balão e este posicionado através da valva Pulmonar para realização da insuflação do balão e com isso dilatar a valva aliviando o seu grau de estreitamento. Ao final são reavaliadas as pressões e avaliado se há necessidade de novos procedimentos. Procedimento realizado nos dias atuais com grande segurança, ótimos resultados quando bem indicado e baixo índice de complicações.
TRATAMENTO DAS ARTÉRIAS PULMONARES
A estenose ( estreitamento ) periférica de ramos pulmonares varia de lesão central isolada e localizada a estenoses de múltiplos segmentos associados a Síndromes, como a síndrome da rubéola congênita, Síndrome de Williams, Síndrome de Alagille ou até mesmo hipoplasia difusa associada a cardiopatias congênitas complexas, como Atresia da Valva Pulmonar com Comunicação Interventricular. Geralmente essas lesões são passíveis de tratamento pelo cateterismo cardíaco, tendo como opção dependendo da lesão a dilatação com cateter balão e/ou a colocação de uma prótese ( Stent ) no local da lesão para com isso melhorar o calibre do vaso estreitado e diminuir assim suas conseqüências.
VALVOPLASTIA AÓRTICA COM CATETER BALÃO
Definida como uma lesão obstrutiva da via de saída do ventrículo esquerdo, a Estenose da Valva Aórtica pode comprometer diferentes planos da região do aparelho Valvar. Corresponde aproximadamente cerca de 5% das cardiopatias congênitas, sendo mais comum no sexo masculino, na razão de 3:1. A indicação do cateterismo varia muito de uma instituição para outra e várias aspectos devem ser levados em consideração. Em muitos centros a valvoplastia Aórtica nos grupos pediátrico e de adultos jovens portadores de Estenose Aórtica congênita é o procedimento inicial de escolha, evitando a cirurgia. O acesso Vascular para o cateterismo é classicamente através da artéria umbilical para recém nascidos até o 3° dia de vida, artéria femoral ( Região da virilha ) ou acesso carotídeo ( Região do pescoço). Durante o procedimento é realizado quando possível injeções com contraste e registro de pressões. Após passagem do fio guia através da valva aórtica é avançado o cateter balão sendo este posicionado no ponto de estenose e então realizada a insuflação do balão ( dilatação da Valva ). Logo após a valva é novamente analisada e visto a necessidade de uma nova dilatação.
OCLUSÃO DE CANAL ARTERIAL
A Persistência do Canal Arterial (PCA) é uma das cardiopatias congênitas acianóticas mais freqüentes e é definida pela patência do canal após o nascimento levando o sangue da Aorta para Artéria Pulmonar devido ao maior nível pressórico, podendo dependendo do tamanho deste Canal ocasionar Hiperfluxo Pulmonar com conseqüente Insuficiência Cardíaca, Hipertensão Arterial Pulmonar e doença vascular pulmonar obstrutiva em adultos. A grande maioria destes Canais podem ser ocluídos com a liberação de uma prótese dentro do Canal Arterial obstruindo assim o fluxo pelo mesmo. O procedimento em crianças na grande maioria das vezes é realizado sob anestesia geral com baixos índices de complicação. Hoje em dia existem diversas próteses no mercado com materiais, formatos e tamanhos variados de acordo para cada tipo Canal.
AORTOPLASTIA NA COARCTAÇÃO DA AORTA
A Coarctação da Aorta é uma lesão congênita na Aorta que causa uma obstrução ao fluxo sistêmico, com sua repercussão dependendo do grau de obstrução. A indicação de Cateterismo na Coarctação da Aorta depende da situação do paciente, presença de outros defeitos associados, da característica da coarctação da Aorta e da experiência de cada Serviço. No primeiro ano de vida o procedimento apresenta altos índices de recoarctação (50%) e por esse fator deve ser reservado somente para casos críticos de forma paliativa e de recoarctações cirúrgicas. O objetivo do procedimento é melhorar o grau de obstrução, seja com uma dilatação com balão da área estreitada ou a colocação de uma prótese (Stent) no local da lesão. Complicações a médio e longo prazo são re-estenose, aneurismas, persistência de hipertensão arterial, entre outras.
OCLUSÃO PERCUTÂNEA DE COMUNICAÇÃO INTERATRIAL
O método mais confiável para liberação do dispositivo para fechamento da comunicação Interatrial pelo cateterismo é a realização simultânea de Fluoroscopia ( Aparelho para realização do cateterismo ) e o ecocardiograma transesofágico. Em razão do uso do ecocardiograma transesofágico e do desejo de minimizar os movimentos do paciente durante a liberação do dispositivo, recomenda-se à aplicação de anestesia geral. Apezar de o tratamento cirúrgico apresentar baixa mortalidade e de a morbidade associada com o fechamento da Comunicação Interatrial ser geralmente aceita, a técnica de fechamento pelo cateterismo já se tornou uma alternativa confiável, uma vez que reduz o risco e a mortalidade. Várias técnicas com dispositivos diferentes já foram descritas e consolidadas para o fechamento da comunicação Interatrial. Veja abaixo algumas das próteses usadas atualmente:
OCLUSÃO DE FÍSTULAS
OCLUSÃO PERCUTÂNEA DE COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR
BIÓPSIA ENDOMIOCÁRDICA
IMPLANTAÇÃO DE STENT NO CANAL ARTERIAL
OCLUSÃO DE FORAME OVAL PATENTE