Dr. Ralph Bittencourt, cardiologista infantil

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Programa de Prevenção à Febre Reumática (PREFERE)

INCL cria uma rede de divulgação para combater a doença. No Rio, 948 internações por
febre reumática foram registradas em 2003. Desse total, 174 pessoas morreram.

Lançado em fevereiro do ano passado pelo Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras (INCL), o Programa de Prevenção à Febre Reumática (PREFERE) tem como principal objetivo criar uma rede de divulgação sobre a doença a partir da disseminação de informações à comunidade escolar, envolvendo alunos, professores, pais e funcionários.

A idéia é informar que uma simples “dor de garganta”, quando tratada de forma inadequada, pode levar a uma doença cardíaca grave, e até à morte, estimulando o diagnóstico precoce dos casos de amigdalite bacteriana entre crianças em idade escolar e promovendo o encaminhamento desses casos suspeitos para realização do tratamento mais indicado.

Para atingir esse objetivo, o PREFERE forma professores multiplicadores do ensino fundamental para que eles sensibilizem a comunidade escolar a reconhecer e encaminhar os casos de amigdalite ao atendimento adequado, e também capacita os profissionais da área da saúde para que realizem o tratamento adequado das amigdalites bacterianas.

Febre Reumática

A febre reumática é uma doença inflamatória que surge como complicação de uma amigdalite bacteriana, acometendo preferencialmente os tecidos articular, cardíaco, neurológico, cutâneo e subcutâneo, podendo causar graves seqüelas cardíacas, responsáveis pelos importantes índices de mortalidade da doença.

No Brasil, são registrados cerca de 10 milhões de casos de amigdalite bacteriana por ano. Desse total, 30 mil pessoas desenvolvem a febre reumática aguda, sendo que 50% apresentam lesões cardíacas significativas.

Considerando as últimas estimativas da doença, em 1999, a Organização Mundial de Saúde definiu a prevenção da febre reumática como prioridade. Hoje, a ocorrência é de até 400 mil óbitos por ano causados pela doença, acometendo principalmente crianças e adultos jovens na África, Ásia, América do Sul e leste do Mediterrâneo, onde pode atingir até 1% das crianças em idade escolar.

Embora seja uma doença de prevenção relativamente fácil — já que depende unicamente do tratamento adequado das amigdalites, que pode ser feito com a administração de uma única dose de penicilina benzatina — a febre reumática, uma vez estabelecida com lesão cardíaca grave, leva a internações repetidas, intervenções cirúrgicas cardiovasculares complexas e tratamento medicamentoso de difícil manejo, como o uso de anticoagulantes pelo resto da vida, influindo na capacidade laborativa dos pacientes e seus responsáveis, e levando a altos custos sociais direta ou indiretamente.

O custo-benefício dos programas de prevenção é altamente favorável, uma vez que a penicilina benzatina aplicada na unidade de saúde para tratamento da amigdalite tem custo unitário de R$ 1,50. Já o custo anual da profilaxia para o paciente com febre reumática recebendo penicilina benzatina 21/21 dias é de R$ 26,00, mas somente o valor pago pelo SUS por uma cirurgia de implante de prótese valvar aproxima-se de R$ 7.000,00 (SIH/SUS).

No Brasil, são realizadas cerca de 11 mil cirurgias de implante de próteses por ano, com um custo aproximado de 96 milhões de reais/ano (DATASUS 2003) para o tratamento das seqüelas orovalvares da febre reumática, que, na maioria das vezes, não são procedimentos definitivos e podem apresentar complicações graves.

No Estado do Rio de Janeiro, ocorreram 948 internações por febre reumática em 2003, sendo que 174 pessoas morreram em decorrência da doença, sendo realizadas 600 cirurgias valvares nesse período.

Saiba mais em : http://www.incl.rj.saude.gov.br/

Email: febrereumatica@inc.rj.saude.gov.br / prefere@gmail.com

Fonte: INCL.

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